sexta-feira, 30 de abril de 2010

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A tese de doutoramento do Pe. João Seabra, que é também licenciado em Direito, passa a ser um livro essencial para quem se interessa pela 1.ª República e pelo anticlericalismo.
Confesso que ainda só o folheei mas sei, pelo menos, duas coisas:
1. É um livro bem escrito, cheio de informação útil e que toma partido;
2. Irei discordar de muitos dos seus pressupostos, opiniões e conclusões.
Recomendo, pois, sem quaisquer dúvidas, a sua leitura .
[FTM]

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Churchill dizia que era o pior regime, com a excepção de todos os outros. John Keane, em Vida e Morte da Democracia (Edições 70), concorda, traçando uma história da democracia desde os Gregos até hoje. Deixa avisos. Os mesmos que Tocqueville deixou há quase dois séculos: nenhuma democracia sobrevive sem vigilância permanente. Uma lembrança apropriada, sobretudo com evidências destas.
[JPC]

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Lá como cá...

Sarkozy anuncia que quer que deixem de ser pagas as prestações sociais aos pais que não garantam a assiduidade escolar escolar dos filhos.
O problema, parece, é que a medida já está prevista na lei, com um pequeno interregno, há mais de 50 anos mas não é eficaz, nem útil nem justa, correndo-se o risco de, na situação de crise económica em que vivemos, empurrar para maior miséria ... alguns miseráveis.
Basta pensar que as razões para o absentismo podem ser diversas para se vislumbrar as injustiças possíveis. E não será o corte das prestações sociais que irá ressuscitar a autoridade na família. Se quiser saber um pouco mais sobre o assunto, aconselho uma visita ao Libération.
[FTM]

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Inspirados pela nova-iorquina The New Criterion (pessoalmente, a melhor revista highbrow do mundo), jovens intelectuais paulistanos ergueram a Dicta & Contradicta. Para aperitivo, a malta tem um blogue.
[JPC]

«Intolerâncias»

Como seria de esperar, a visita do Papa a Portugal já deu origem a uma pequena e comovente polémica sobre a tolerância de ponto decretada pelo Governo. Os fanáticos do costume decretaram que pretendiam trabalhar nesses três dias a bem da separação do Estado e da Igreja e – pasme-se – em prol da produtividade nacional que, na sua douta opinião, não pode ser abalada pela visita de um "líder religioso qualquer" que decida deslocar-se ao nosso país. Até a CIP e as centrais sindicais, esses pilares da nossa economia, se pronunciaram patrioticamente contra a decisão tomada pelo Governo, alertando para a crise em que vivemos e para a necessidade dos funcionários públicos contribuírem, com o seu trabalho, para o aumento da produtividade e para o desenvolvimento da pátria.
É evidente que este reconhecimento súbito do estado em que nos encontramos não deixa de ser salutar, sendo de esperar, nomeadamente por parte dos sindicatos, exemplos futuros de responsabilidade e compreensão pela situação em que se encontram as finanças públicas e a economia portuguesa. Custa-me a crer que sindicalistas, tão atentos aos custos da visita do Papa, se entretenham depois a promover greves que, para além de não levarem em linha de conta a crise em que nos encontramos, não contribuem certamente para o dito aumento da produtividade. Tudo isto seria um pouco ridículo – e é – se por trás destes nobres objectivos não se escondesse o velho preconceito contra a Igreja e o zelo anticlerical de meia dúzia de figuras públicas, sempre em busca de crucifixos nas escolas e de outros sinais religiosos no espaço público. Ao contrário do que tem sido dito, o que está em causa não é a neutralidade do Estado em relação às diversas religiões, mas a incapacidade de perceber que, num país de tradição católica, o Papa não é um "líder religioso qualquer", como tem sido amplamente referido.
Pretender equipar a visita de Bento XVI à visita de qualquer outro líder religioso (hindu ou muçulmano, como já vi defender) é não compreender a realidade portuguesa e desconhecer totalmente a sua história. Há uma ligação entre o País (e o ocidente, em geral) e a Igreja que um Estado laico deve saber reconhecer. Um Estado laico não é sinónimo de um Estado anti-religioso, incapaz de compreender a dimensão pública da fé. E a crer nalgumas coisas que por aí têm sido escritas, dá ideia de que o Papa, não lhe sendo retirado o direito de viajar pelo mundo, devia ter, pelo menos, a decência de o fazer clandestinamente. De forma a não importunar ninguém. Porque o problema é que este Papa, em particular, importuna.

[CCS, Correio da Manhã]

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Uma leitura emocionante através de uma viagem pelo interior da vida de um ditador e de uma ditadura sul-americana. Ingenuidade, perversão, maldade, raiva e ódio entre outros ingredientes. O livro já tem uns anos mas, se não o leu, pode agora comprá-lo por 7,50 euros. Não se arrependerá.
[FTM]

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Sugestões


" As cartas da condessa de Rio Maior permitem-nos reconstituir alguns acontecimentos importantes da História de Portugal e perceber a forma como a alta aristocracia se comportava. Poucas mulheres da sua classe saberiam observar como ela observou, pensar o que ela pensou, escrever como ela escreveu" (Maria Filomena Mónica).
O século XIX tem a vantagem de ser suficientemente longe para ser História e ser suficientemente perto para (quase) sermos testemunhas...
[FTM]

domingo, 11 de abril de 2010

Arranjos económicos, arranjos políticos, arranjinhos









Por que será que quando ouço um empresário português discretear sobre as soluções para os arranjos económicos (não sobre a economia), ouço também — como uma espécie de ruído de fundo – os arranjos políticos que lhe estão na base? Por outro lado, quando um empresário se propõe defender os interesses do Estado, é como se ele estivesse realmente lá dentro, manobrando a máquina propriamente dita. Golden share é isto mesmo: «Ai o que será de nós se se acaba a golden share?»
[FJV]

quarta-feira, 7 de abril de 2010

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Música de fusão ? Talvez ...
Música de sedução ? De certeza !
A guitarra portuguesa e a cítara, de cordas dadas, criaram neste "Lis Goa", um universo sonoro e visual que vale mesmo a pena percorrer. Para além de mestre António Chainho, pode contar com muitos outros músicos e intérpretes nesta viagem com partida de Portugal, passagem pela Índia e regresso ao nosso país.
Raimund Engelhardt, Paulo Sousa, Natasha Lewis, Isabel Noronha, Tiago Oliveira, Carlos Barreto Xavier e Sónia Shirsat são os co-responsáveis por estes momentos de encantamento que se recomendam vivamente.
[FTM]