sábado, 16 de janeiro de 2010

Do avanço civilizacional

A Câmara de Lisboa, afinal, já não vai propor casamentos gay durante As Noivas de Sto. António. Faz mal, porque em «decorrência da entrada em vigor da legislação que permite o casamento civil entre pessoas do mesmo sexo», como escreve em comunicado o presidente António Costa, nada obstaria a que uma iniciativa promovida pela autarquia inclua casamentos entre pessoas do mesmo sexo. Igreja é igreja, município é município. Não passou pela cabeça de ninguém, parece, que Sto. António (o de Lisboa ou do Pádua, vem a dar no mesmo) é um emblema do catolicismo, e que a iniciativa — criada em 1959 — resulta de uma associação com a igreja católica. Por isso, António Costa acha que «é necessário respeitar os sentimentos religiosos associados à figura de Santo António, um santo da Igreja Católica Apostólica Romana», muito embora já existam casamentos patrocinados por Sto. António e realizados na Mesquita de Lisboa ou apenas nas conservatórias do registio civil . Não se trata de um recuso civilizacional — mas de uma decisão do mais elementar bom-senso.
[FJV]

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