sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Leituras

«José Sócrates tem de decidir se quer deixar de ser primeiro-ministro antes ou depois das Presidenciais. À sua direita tudo se prepara para o derrubar depois da reeleição de Cavaco Silva. As primárias do PSD apontam nesse sentido. À esquerda a sua simples manutenção no cargo de chefe do governo impede praticamente a vitória de qualquer candidato presidencial deste quadrante, desde Manuel Alegre a Fernando Nobre, ou qualquer outro que entretanto apareça. A lógica do combate político levaria a que fosse o próprio Sócrates o candidato presidencial do PS governamental, tantos e tão públicos foram os desentendimentos entre São Bento e Belém.»
José Medeiros Ferreira

«A questão é política e deve ser tratada como tal. Não faz por isso sentido o argumento formalista, que manda aguardar pela reunião da assembleia-geral da empresa. Uma coisa é clara: quanto mais tempo demorar o silêncio do primeiro-ministro sobre o tema, pior. O ónus da explicação está do seu lado e Sócrates tem demorado demasiado tempo a responder.»
Pedro Adão e Silva

«O primeiro-ministro não vai deitar a toalha ao chão mesmo que seja expulso de São Bento com alcatrão e penas. A resiliência é o seu traço de carácter mais interessante, o único em que alcançou grandeza. Não o veremos lamentar, como Guterres, a pátria que não o merece. Sócrates não será embaixador na ONU, alto-comissário para os pobrezinhos, nem eminência parda do auxílio à Serra Leoa. Pelo contrário, vai atazanar o país nos próximos dez anos, ainda que o país não o queira e o abomine. A sua sombra vagueará pelo PS como o espírito mau da defunta Rebecca em Manderley.»
Luís M. Jorge

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