terça-feira, 19 de outubro de 2010

Engenharia













Todos nós entendemos de engenharia financeira. Trata-se, em resumo, de obter financiamento e de garantir receitas com alguma antecipação. Uma vasta geração de optimistas tomou conta do poder com a ideia de que a engenharia financeira era desculpável e alienável, esquecendo coisas como dívida pública, dívida externa e dívida das famílias. A maior parte dos teóricos da «engenharia financeira do Estado», como da «engenharia social», pode ser bem intencionada. As boas intenções são sempre lamentáveis porque acumulam desculpas sobre desculpas, e tratam os cépticos como «economicistas» ou «conservadores» diante do grande magistério de ousadia que representam as suas políticas de alto endividamento. Basicamente, toda a gente percebe que se gastou mais do que se devia. A única engenharia possível é a que garanta condições de financiamento da economia, coisa que não se consegue enquanto não se alterarem os comportamentos do Estado e das pessoas. Chama-se a isso temperança. Uma coisa muito conservadora.
[FJV]

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